Em 2022 a liberdade do voto feminino no Brasil completa 90 anos, entretanto ainda há muitas lutas para as mulheres ocuparem espaços nas gestões públicas. Em um evento online, algumas autoridades públicas femininas do Estado se reuniram para debater sobre o machismo estrutural na esfera pública, e como enfrentar as dificuldades diárias de ter e ser mulher dentro da política.
Com a presença da delegada e Deputada Adriana Accorsi(PT), Nárcia Kelly (PP), Prefeita de Bela Vista de Goiás (GO), Nara Bueno, advogada eleitoralista e LíziaCarvalho, mestre e professora na UFG, a LIVE foi a primeira da sequência do Webinário Participação feminina na gestão pública que pretende alavancar e impulsionar a presença feminina no cenário político brasileiro.
Durante a LIVE, foi comentado sobre as dificuldades de exercer os cargos políticos dentro de uma sociedade que acredita que o lugar da mulher não é exercendo o poder público. A advogada eleitoralista Nara Bueno comentou que o feminino precisa parar de ser visto como frágil e,para isso, as mulheres precisam ocupar espaços e reconhecer a diferença entre homens e mulheres, mas defende a pauta de igualdade e, para tanto, é necessário o feminino ocupar espaço e se impor.
A Prefeita Nárcia expôs as dificuldades de ser vista e reconhecida como alguém que foi eleita pelo povo. “Àsvezes eu fico até chateada, sempre tem aquele que comenta: ‘que bom que você está aqui para enfeitar nossa foto’ e como eu sou política, sou prefeita e tenho voz para falar em nome dessas que não têm essa oportunidade, eu não me calo. Não, eu não estou aqui para enfeitar a foto, eu não sou um vaso de flor, um enfeite, um adorno. Eu estou aqui representando um povo, ideais e uma luta da participação da mulher na política”, manifesta a prefeita.
Combatendo o machismo estrutural
Desrespeitos ostensivos, interrupções agressivas, tratamento depreciativo quanto ao pronunciamento e fala, o boicote, desprezo, desvalorização, uso abusivo de pronunciamentos, tratamento discriminatório, rotulações como loucas, histéricas e descontroladas, além de adjetivos e expressões de afeto desnecessários são alguns dos atos que mulheres passam diariamente, dentro ou fora do cenário político, conforme exposto na live.
A professora Lízia, que participou do México, onde faz um doutorado, explica que de uma forma geral, o machismo é um sistema de representações que traz as relações de exploração, dominação e sujeição entre homem e mulher. “É uma cultura do patriarcado, atenuada pela religião, criação e situações que as mulheres têm sofrido de diversas formas.”
O reconhecimento da presença feminina é necessário e precisa ser comentado diariamente, para que o machismo estabelecido culturalmente seja retraído com o passar do tempo, como dito pela delegada deputada, que define que é preciso estabelecer o falar sobre machismo estrutural em todos os locais, inclusive com os homens. “O machismo estrutural faz parte da nossa cultura, criação e reproduzimos no dia a dia. Por isso precisa ser desconstruído cotidianamente, é o debate central da nossa vida hoje no Brasil”, explica a deputada.
Assista a essa live em https://www.youtube.com/watch?v=XHqmZMUdG-g.
As próximas serão divulgadas em https://www.instagram.com/megasoftinformatica/